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Guardiões do Santíssimo Graal. O legado.

Atualizado: 7 de mai.

O meu avô estava muito doente, acamado em casa. Todos já esperavam a sua partida e até o padre veio para dar a extrema unção. No seu leito, ele me mandou chamar. Havia uma cumplicidade muito grande entre nós devido à circunstância dele ter tido apenas uma filha e essa filha ter tido apenas um filho, ou seja, eu me tornei um neto excepcional para ele.Parte superior do formulário

Sendo protegido ao extremo, entrei no quarto sem muita compaixão. Em virtude de uma criação cercada de mimos e dengos, acabamos nos tornando por demais egoístas. Ao entrar, não percebia a gravidade do seu estado, pois ele parecia estar muito bem. O ambiente não era fúnebre, mas sim sereno.

Então, ele levantou-se da cama e pegou um objeto no antigo guarda-roupas. parecia uma pedra, algo que eu jamais tinha visto antes, e olha que já me escondi dentro daquele armário muitas vezes. Ele também tirou um breviário, uma espécie de escapulário, que trazia no pescoço e me entregou. Em seguida, fez um pedido: que eu deveria cuidar desse objeto e mantê-lo protegido, como quem cuida da própria vida, e que eu deveria passá-lo adiante quando estivesse partindo desse mundo. Eu, sem entender muito bem e também sem muito interesse naquela conversa, escutava, achando que ele estava delirando ou ficando caduco por causa da idade ou da doença. Ele também falou que dentro daquele breviário havia uma oração muito poderosa e que toda vez que eu fosse pegar no objeto, eu deveria primeiro ler a oração. Além disso, ele pediu que eu passasse a oração juntamente com o objeto para quem eu transmitisse no futuro. Ele relatou também que o objeto havia sido passado de geração em geração, de seu pai para ele e assim por diante. O assunto me fez esquecer por que eu estava ali, pois, como falei, não parecia uma despedida fúnebre. O ambiente, de repente, se tornou luminoso e em perfeita harmonia. Eu estava sem entender o que estava sentindo. Então, eu falei: "Vô, o senhor parece bem, então guarde outro dia para me dar e me explicar direito", ainda achando que era caduquice. Então, ele falou: "Não, hoje é o dia. Você entendeu tudo o que falei?", eu balancei a cabeça afirmativamente. Ele deitou-se e pediu para que eu chamasse minha avó e minha mãe, que já esperavam na porta do quarto.



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