Guardiões do Santíssimo Graal. O cajado.
Após me aposentar, decidi realizar outro desejo que tinha, o de me tornar membro de uma Irmandade do Santíssimo Sacramento. Fui à paróquia do meu bairro, mas descobri que ainda não havia uma irmandade por lá. Em acordo com o pároco local, comecei a sua criação. Para isso, fui até a cidade da minha infância para me inteirar dos trâmites necessários e buscar orientação com membros da irmandade à qual meu avô pertencia.
Com uma cópia do estatuto em mãos e alguns fiéis, fundamos a irmandade legalmente e registramos a documentação em cartório de notas. Fui escolhido como provedor e, com um crucifixo que pertencia ao meu avô, fizemos o nosso cajado. Em uma missa solene, vestidos com nossas capas vermelhas de seda, lanternas e cajado, nossa irmandade foi abençoada. Meu netinho de cinco anos estava ao meu lado e, naquele dia, senti a presença feliz dos meus avós, que sempre estarão em minha memória.
Em minha casa, fiz um sacrário e convidei o padre para abençoá-lo. Coloquei a caixa de pedras em seu interior e passei a rezar o terço com minha família diariamente, assim como meus avós faziam. Para mim, a minha caixa de pedra pode conter um desses objetos sagrados e milagrosos em seu interior, embora nunca saiba qual. A caixa em si já é um objeto sagrado para mim, e minha missão, assim como a dos meus antepassados, é apenas guardá-la e protegê-la dos infiéis, pela honra e glória do Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
