Guardiões do Santíssimo Graal. A procura.
Resolvi, juntamente com minha esposa, fazer uma visita à minha cidade, que já naquela altura me deixava pesaroso, pois a mudança para a capital não tinha me proporcionado as comodidades que eu esperava.
Aproveitamos um sábado e viajamos. Chegando lá, deixei minha esposa na casa do meu cunhado e fui pontualmente para a minha antiga casa - a casa onde nasci e vivi os melhores anos da minha vida até então. Chegando lá, as lembranças me vieram à mente. Fiquei na calçada olhando aquela casa. Parecia ver meu avô sentado na porta, como ele sempre fazia. Olhei para a pracinha e vi meninos brincando. Ah, como eu fui feliz aqui! Bateu uma saudade e melancolia. Antes de entrar, visitei alguns velhos amigos que ainda moravam lá. A cada contato, meu peito apertava. Pensei: por que parti? Por quê?
Voltei à minha antiga casa e chamei pelo atual proprietário. Apareceu um senhor de meia idade que não me conhecia. Disse que viera de outro estado. Me apresentei, dizendo que era filho da proprietária anterior do imóvel. Ele me convidou para entrar e sentei na antessala, refletindo. Meu Deus, por que saí daqui? Éramos tão felizes aqui! Bateu um desânimo. Expliquei a situação para ele, falei que tinha deixado um objeto sem valor comercial, apenas sentimental, no quarto dos fundos e perguntei se ele tinha visto e, caso tivesse visto, o que fez.
Então ele me falou que minha mãe realmente deixou muitos objetos e que ele deu a maioria, pois ela o autorizou. E o que não deu, ele jogou na cisterna, a nossa cisterna, que foi muito usada por meus avós no tempo em que ainda não existia água encanada na cidade. Eu muitas vezes puxei água com um balde e também tomei muitos banhos ali. Então ele falou que estava aterrando a cisterna e, por isso, jogou muitas tranqueiras lá. Perguntei se poderia dar uma olhada e ele consentiu. Fui no quarto das tranqueiras e havia alguns objetos lá, mas nada do que deixamos, pois, ao fechar os olhos, eu o vi exatamente como era. E ao abrir tudo, era diferente. Pedi para dar uma olhada na cisterna. O meu quintal, o meu quintal como eu vivenciei, como eu sinto... Ao olhar a nossa velha cisterna, ela estava sem água e cheia de entulhos, quase totalmente aterrada. Fiquei triste, agradeci e saí, meio frustrado por não ter encontrado a pedra. Parte inferior do formulário
