Guardiões do Santíssimo Graal. A descoberta.
Viajei para São Paulo com a caixa de pedra em minha mochila e passei pelo aeroporto sem problemas. Durante o voo, as emoções me atingiram e chorei pensando no meu passado e nas pessoas que deixei para trás. Ao chegar em São Paulo, comecei a me adaptar à nova vida cosmopolita, sem ninguém para me dar atenção ou apoio emocional. Busquei uma nova perspectiva de vida e encontrei consolo em me identificar com a individualização e o distanciamento entre as pessoas na cidade. Foi um novo começo e estava determinado a abraçá-lo da melhor maneira possível.
Numa tarde, em uma livraria, encontrei um artigo sobre grupos, irmandades e seitas secretas. O assunto chamou minha atenção e eu me lembrei da Irmandade do Santíssimo, da qual meu avô fazia parte. Decidi pesquisar mais a fundo sobre o assunto e comecei a procurar pela árvore genealógica do meu avô. Pedi ajuda para minha mãe e para um primo que morava na cidade onde meu avô nasceu. Com o nome do pai dele e a data de nascimento (1912), conseguimos encontrar o registro do meu bisavô no Arquivo local. De acordo com os registros, meu trisavô chegou ao Brasil pelo porto de Santos em 1830, vindo da ilha de Malta. Sua data de nascimento constava como sendo em 1806, mas não encontramos informações adicionais sobre ele nos arquivos da ilha.
Infelizmente, não encontramos nenhuma informação nos arquivos da ilha de Malta sobre a pessoa do meu trisavô. Então, começamos a pesquisar em sites de genealogia de vários países europeus e finalmente chegamos ao nosso tetravô. Descobrimos que ele era um cidadão nascido em 1766 na cidade de Aragão, na Espanha, e faleceu em 1817 na cidade de São Petersburgo, na Rússia, sendo enterrado em um cemitério de um mosteiro. Na lápide, estava escrito a frase: “NON NOBIS DOMINE, NON NOBIS SED NOMINI TUO GLORIAN”, que significa “Não para nós, Senhor, mas para a glória do teu nome”.
