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Eu vi um menino correndo.

Atualizado: 19 de abr. de 2022

Voltar ao passado e encontra-se consigo mesmo, pelas leis da física não é possível alterar o passado, mas podemos enxergar no passado a energia, a energia daquele menino, a energia que nos falta para que sejamos reposicionados para busca sempre a excelência, haja vista que, ter e ser o máximo é honrar a memória daquele menino, onde o para sempre e o tudo é possível eram os seus propósitos. Revendo minhas lembranças vejo como falhei com o eu menino, tenho por ônus procurar não cometer mais erros, acertar os meus passos e as minhas escolhas para prezar o meu eu passado e me ver, novamente esperançoso, onde a alegria, sonhos e esperanças não encontravam barreiras e o mundo uma imensa nave a ser explorada. Buscando minhas lembranças lá no fundo, bem distante, reencontro o brilho no olhar, a energia, a esperanças e os sonhos que com o passar do tempo foram se anuviando, o olhar tornando-se opaco e distante, sempre procurando a quietude e a rotina, aí percebo o quanto me distanciei daquele menino, já está mais do que na hora de resgatar aquela criança que não tinha medo de correr, medo de cair, medo do desconhecido e medo de aventuras. O tempo não passa, não passa, porque ele não existe, apenas nos distanciamos daquilo que amamos, se retornamos ao ponto de partida: aquela cidade, aquela rua, aquela esquina, aquele perfume, aquela voz e aquele céu, aí então zeramos as distâncias que nos separam do passado, e ai passado, presente e futuro se tornam obsoletos, uma ilusão, as coisas mudam biologicamente, fisicamente e quimicamente, mas as lembrança não, as lembranças são atemporal, tudo resume-se apenas a distância, nada mais que distância, o partir, o voltar, ou ficar, tudo só depende de movimento, a distância é flexível e não nos deve conduzir, um menino jamais sonha com a partida, quer tudo para sempre, os pais para sempre, os amigos para sempre, a cidade para sempre e a paixão para sempre, apenas quando vamos deixando o menino escapar é que ficamos perdidos a procura de um lugar, um lugar sem raízes, um vácuo, esse impulso de percorrer longas distâncias e depois sonhar e culpar o tempo, sendo que o tempo não leva nem traz a lugar algum, um subterfugio e o medo de ser feliz. Em outras terras, em algum o lugar estaremos permanentemente lembrando do lugar de onde viemos. Refletindo a minha vida vejo que por mais distante e feliz que possa estar, estarei sempre em busca daqueles momentos: momentos de brincadeiras, momentos de candura, momentos de confiança, momentos de certezas, de não levar a vida tão a sério, tudo isso ficaram com aquele menino, agora quem precisa corre sou eu, corre na esperança de zerar essa distância e resgatar a minha plenitude. Por enquanto ainda canto “adeus, adeus ó terra querida”.






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