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Poeira estelar. O maluquinho.

Atualizado: 24 de mai. de 2022

Como de costume viajei para a minha residência na capital do estado para passar o final de semana junto da minha família, fiquei na dúvida se devia contar ou não a minha esposa e meus filhos, não sei se acreditariam e também se contasse a minha esposa era o mesmo que tá contando a minha cunhada e por aí sucessivamente, achei que não seria o momento adequado. Passei quase todo o final de semana na internet, queria me inteirar mais sobre o objeto caído do espaço, principalmente as implicações legais ou seja quem acha ou o proprietário do terreno onde o objeto caiu é o dono ou não, uma lei diz que sim, mas que o governo pode requisitar o objeto e também se era possível determinar o local exato da sua queda, o órgão que monitora esses objetos é o CNEOS Centro de estudos de objetos próximo a terra e depende muito da sua importância, nada muito esclarecedor haja vista que se fala em meteoros, meteoritos e cometas, cometas se caísse na terra seria a extinção total e meteoros e meteoritos não emite luz e calor constante, só quando adentram a camada da atmosfera é que com o atrito se aquecem e ficam incandescente mais depois com o passar do tempo esfriam e ficam parecendo com rochas ou metal, totalmente diferente do objeto encontrado, então mudei o foco da pesquisa e comecei a procurar por contatos, e-mail, sites, Instagram, facebook de pessoas muito ricas, bilionários, que pudessem pagar uma boa quantia por um objeto tão raro e talvez único, pois não tinha a intenção de ficar com o achado pois me daria muito trabalho e despesas e agora a intenção era sim conseguir vender e levantar uma boa grana por ele. Estava ansioso para viajar para o interior e consequentemente para o sítio pois aquele helicóptero coincidência ou não voando por lá não me saiam da cabeça, não conseguia dormir, pois agora a possibilidade de perder tão valioso objeto não me saia da cabeça, foi ai que me veio à lembrança da noite da queda, a marca de queimado que ele deixou no terreno ainda continuava lá e se esse helicóptero for realmente o que imagino então a marca poderia entregar o local da queda, ai fiquei mais ansioso ainda para retornar e apagar aquela marca e o trator seria a solução, mais só quando retornasse, esse foi o fim de semana mais longo da minha vida. Convenci a minha esposa que devido a um projeto de plantação que tinha iniciado, tinha que estar no sitio segunda feira bem cedinho pois havia acertado com alguns trabalhadores, e por isso queria viajar no domingo à tarde, ela resolver vir comigo passar a semana toda no interior. Chegamos por volta das quinze horas do domingo, eu estava ansioso para ir no terreno mas como sempre vou pela manhã e nunca a tarde e não tinha nenhuma justificativa para ir, então preferi não ir, como de costume nos domingos a tarde sentamos na porta, ainda é um costume nas cidades do interior, conversar com os amigos e colocar as fofocas em dias, foi ai que apareceu o doidinho, um rapaz que a cidade consideram como maluco, doido, abilolado, é aposentado como doente mental, mas de doido não tem absolutamente nada e muito inteligente e esperto, eu acho que se faz de doido, todos gostam dele, conversa com todo mundo, e foi logo me falando, --"tá sabendo, você tá sabendo que caio um disco voador aqui, vou lhe contar uma coisa que descobrir mais não diga a ninguém não (excitado) caio e tem umas pessoas procurando ele, você viu aquele helicóptero, é dois helicópteros, são eles, são é da NASA da NASA, eu que descobri, aquele clarão, aquele clarão que caio naquela noite aqui, foi aquele clarão que caio aqui e os homens tão procurando o disco voador para levar para NASA e vão dar muito dinheiro a quem achar”, falei calma rapaz, calma e me conte essa história direito, -- “ mais é verdade, é verdade pergunte a todo mundo o povo tá falando o clarão o clarão na quarta-feira passada, um clarão que iluminou tudo, a cidade toda, eu também vi e vi um disco voador sim eu vi, o disco caio e os homens tão procurando vieram aqui procurar"., e ai me veio uma ideia meio maluca pois aquela conversa estava me deixando nervoso e sabendo que a conversa não ficaria só ali entre nós então falei o seguinte: Olha não conte a ninguém não viu, segredo entre nós, eu estava vindo lá de Piripíri (nome fictício), cidade do município vizinho, quando vi um clarão e um estrondo enorme lá no canavial do seu Mané (nome fictício), seu Mane é dono do maior canavial da região e ele já estava tocando fogo nas canas para a colheita, aqui na região a colheita ainda é feita a base do fogo no canavial, então eu parei o carro na beira da estrada e vi alguma coisa dentro do canavial e eu acho que era o tal disco voador, meu objetivo maior era despistar alguns locais que já se interessavam pela recompensa. Finalmente segunda feira, bem cedinho, bem mais de que do costume rumei para o sitio que fica a pouco mais de três quilômetros de distanciada cidade e lá chegando fui direto conferir o objeto, e estava tudo em ordens ademais só um pouquinho mais quente na região próxima do entulho, depois pequei o trator, como havia planejado, coloquei o arado e comecei a arar a área onde o objeto havia caído, passei tantas vezes o arado no local que nem com uma lupa se encontraria qualquer vestígio do objeto, meu ajudante chegou é curioso que é foi logo perguntando para que era a areia, respondi que seria para construir uma pocilga e ai então rumei para cidade para comprar blocos de cerâmica pois não queria deixar dúvidas sobre a construção e também queria reforçar o esconderijo. Como havia imaginei aquela conversa com o doidinho não tinha ficado apenas entre nós pois assim que cheguei na cidade fiquei sabendo que o tal disco voador tinha caído no canavial do seu Mané e que além do disco agora já se falava também em um tal de chupa-cabras e que tinham caídos no canavial e incendiado tudo e que encontraram até a carcaça do bicho e também marcas do tal disco. A procura com certeza irá continuar com os homens do helicóptero, caso seja realmente o que o maluquinho falou, soube que realmente tinha um grupo montando base no município vizinho e que tinham dois helicópteros estacionados por lá, e que além dos voos já estavam fazendo buscas nas propriedades rurais. Passei a semana toda na casa do interior como combinado com minha esposa e a cunhada, os filhos ficaram na capital, já eram maiores de idade e não gostavam mais do interior como gostavam quando eram crianças, não queriam sair daqui nem do sítio, passavam as férias toda e ainda faziam birra para não ir embora para a capital, então os filhos sozinhos na capital mesmo que maiores de idade são motivos de preocupação de minha esposa por deixá-los muito tempo sozinhos, preocupação de mãe. Durante todos esses dias eu passei a maior parte do tempo no sítio tentando ao máximo evitar a presença de curiosos no sítio e principalmente próximo ao esconderijo pois a areia está cada vez mais quente, fenômeno que já estava chamando a atenção do meu ajudante e esse poderia dar com as línguas nos dentes e isso poderia aguçar a curiosidade das pessoas e assim atrair curiosos até o sítio.



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